Aho Grande Espírito!
Desde pequena que sinto uma profunda ligação a um ser que me protege. Ao longo da minha vida, consigo recordar com clareza alguns momentos da minha Vida em que uma “mão” me segurou e protegeu para evitar escolhas ou caminhos que não seriam benéficos para mim.
A partir dos meus 17 anos, depois de um profundo trauma familiar, tive a oportunidade de fazer o desenvolvimento da minha sensibilidade intuitiva que, com o passar dos anos, fui percebendo que era, na realidade, mediunidade. Recebia mensagens escritas, por audição, visão, toque e intuição. Escrevi dezenas de cadernos com mensagens psicografadas (guardo-os quase todos) e que eram assinadas essencialmente por dois seres de luz – Miguel e Constança. Este foi um caminho que percorri durante quase 10, onde, TODOS os fins-de-semana, eu me deslocava a este espaço de cura e oração para o meu desenvolvimento e também aprender o que era estar realmente ao Serviço.
Um trabalho de conexão diário que muitas vezes pedia que fosse acudir quem precisasse. Fosse meia noite, domingos… fosse a que horas fosse! Ao ser chamada, eu ia e essa foi a minha maior escola para o trabalho que faço hoje enquanto terapeuta, doula, formadora, instrutora e autora. Durante esse período, desenvolvi os meus dons e, acima de tudo, desenvolvi um sentido crítico que me permitiu posicionar com muita lucidez no que diz respeito ao Serviço – entendi que trabalhar de graça não ensinava a responsabilidade, que o meu dom não me era “oferecido”, que o que está ao Serviço também precisa de ajuda, entre outras coisas. Percebi que a minha humanidade e capacidade de observação são características de poder pessoal, mas nem sempre vistas como tal.
Em 2001/2002, “zanguei-me” com o caminho do Serviço. A inveja, disputa, ciúme e manipulação fizeram-me virar costas aos grupos e percebi que o ser humano adora ter protagonismo apenas porque diz estar ao Serviço. Virei costas a tudo e garanti a mim mesma que poderia ser quem era à minha maneira. A Vida e o Caminho trouxeram-me coisas muito boas depois desta minha decisão, mas também me trouxeram as lições que precisava aprender para procurar acompanhamento no meu dom. O Serviço continuava a chamar por mim, mas precisava de ser articulado e desenvolvido. A minha mediunidade intensificou-se e também a busca de mim mesma, como mulher, principalmente. E neste caminhar, sempre a sentir aquela “mão” a proteger-me a guiar-me…
Uns anos mais tarde, em 2006, fui “chamada” à realidade dos factos da minha vida – mais um trauma pessoal levou-me a uma abertura de consciência quase à força no sentido de procurar respostas e encaminhar-me novamente na busca de mim mesma. Reencontrei o Caminho através dos Cristais e depois o Reiki. A voz que me guiava tornou-se intensa e dizia-me com insistência “tens tempo, mas não tens tempo a perder!”.
Vieram então dois anos intensos de cursos, professores, aprendizagens, erros, decisões boas e más, projectos pessoais e profissionais com outras pessoas. Fui feliz, amei, zanguei-me, mergulhei em mim, fui traída por pessoas que gostava muito, fui acusada e acusei. E neste entretanto, lá andava esta voz e consciência sempre a instruir-me na responsabilidade e verdade. A guiar-me na cura real da raiva e da dor. Mas cresci muito, mesmo! Lições bem intensas que me recordaram do caminho que fiz durante 10 anos, lá mais para trás da minha vida. Aprendi muito sobre mim e sobre a natureza humana. Aprendi sobre a Mãe e
Universo que manifesto a partir de mim.
Até que em Abril de 2011 tudo mudou… aquela Voz e Mão que me protegiam finalmente pedem expressão… Desde 1990 que a sentia comigo e em mim, mas tinha chegado o momento de apresentar para o exterior a ligação que mantenho com Miguel mais conhecido como Arcanjo Miguel). Em Abril de 2011 a minha vida mudou totalmente e Miguel estava como impulsionador desta mudança mas fui eu a protagonista. Libertei-me de pessoas, projectos, padrões, medos e inseguranças, apresentei-me na posse do meu poder pessoal e o amor próprio tornou-se a minha força. Camadas e camadas de uma cebola que ainda hoje descasco.
E chegada aqui a 2015, apresento o Caminho que faço com o meu sangue, suor e lágrimas (tanto de alegria como de tristeza). Honro e honrarei sempre todos os meus professores (sejam eles quais forem!). Honro o caminho feito em outros projectos onde dei a cara e o corpo, onde iniciei metodologias e onde tanto aprendi. Honro o Caminho que fiz e continuo a fazer, pois é esse Caminho que me dá segurança do trilho interno a percorrer. Contudo, neste Caminho aprendi algo que é uma Verdade para mim – Sou Humana! Sou Mulher! E mais do que ser um canal, ou terapeuta, ou isto ou aquilo que qualquer expectativa exterior a mim me queira impor, sou Humana e sou Mulher! Tenho a minha personalidade, não almejo a perfeição e sou honesta na forma como me apresento. Não me mascaro.
Os textos que recebo e apresento de forma regular e que são assinados por entidades espirituais como os de Arcanjo Miguel e Mãe Ísis saem-me, literalmente, do corpo. Todos os trabalhos onde me é pedido para Eles se manifestarem, eu tenho que me entregar de forma visceral e honesta à energia que se manifesta. O Leão e a Serpente assim o pedem. Não podem haver encenações ou viagens do ego, pois o retorno é implacável. Sim, implacável é a palavra certa…
O Caminho que faço desde 1989/90 deve-se ao meu mérito em fazer uma coisa essencial – nunca parar de caminhar. Quem me conhece, de verdade, sabe que assim é. Se já caminhei à procura de reconhecimento e palmadinhas nas costas? Já! Mas desde 2011 que posso garantir que Caminho na Responsabilidade porque não sei fazer de outra forma. A seriedade de tudo o que acedo é tão grande e profunda que não me permito a mim mesma brincar com coisas tão sérias quanto a vida de outras almas e as mentes de outros irmãos e irmãs.
Não Caminho para ser consensual, popular ou amada. Caminho porque a minha Alma me pede e o meu corpo recebe esse chamamento que todas as fibras do meu ser. Caminho porque sei que a minha História de Alma tem muito para transmutar, mas também sei que tenho muito para manifestar. Caminho porque a Verdade que sinto é assertiva e sem rodeios. É sério o que sinto e o que faço. Levo a sério, muito a sério, cada vez que sou convidada a entrar na energia de alguém e aceder à história dessa Alma… com tudo o que isso implica.
Actualmente, trabalho com centenas de pessoas. De Círculo em Círculo, vou reconhecendo em todas essas pessoas os meus professores que diariamente me ajudam na observação de mim mesma. Mas também me apresento como sou – humana e mulher. Já o resto – a terapeuta, a médium, a dotada – aparece ao Serviço sem se importar se é reconhecida ou não. Há muito
que aprendi que a Gratidão não se ensina e poucos são os que a manifestam. Contudo, sou uma mulher atenta e defensora do meu Caminho, pois apenas eu sei o quanto me custa às vezes caminhá-lo… E mais ninguém terá autoridade de falar sobre ele, pois apenas a mim me diz respeito…
Sou Filha da Terra. Sou Feita de Barro. Forjada no Fogo. Que me Aquece a Alma.
Assim versa a minha música de poder.
Assim fui apresentada a mim mesma perante a verdade ancestral da Sagrada Medicina.
Assim me apresento na ancestralidade do meu Caminho.
Por isso, actualmente, as mensagens que veiculo de Arcanjo Miguel e Mãe Ísis são assinadas como uma “vivência”.
Não sou um mero canal que papagueia tudo o que recebe do imenso Plano Astral… Antes de verbalizar, tudo é vivido dentro de mim, pesado e sentido, usando a minha Balança de Ma’at interna. Cada terapia, cada trabalho, cada curso assentam nesta verticalidade que a minha Humanidade e o Serviço me pedem.
Escrevo este texto para firmar a minha Espada no território do meu Ser. Um posicionamento na Terra e no Astral que me faz estar ainda mais ciente de que, apesar de ter apenas 42 anos, sou uma Mulher que faz Caminho há 25!
Mais de metade da minha vida actual envolveu o meu desenvolvimento pessoal e o de outros, onde o que me é pedido é muito simples – ajudar os meus irmãos a resgatarem o seu poder pessoal e amor próprio e a ocuparem o seu lugar.
Com base nisto prossigo o meu Serviço à Grande Mãe, ao Grande Espírito e por todas as minhas relações. Desta forma renovo aqui os meus votos enquanto Mulher Sacerdotisa, Mulher Xamã, Mulher Aprendiz e Mulher Caminhante.
Sou quem sou. E quem me conhece, sabe o que me move. Acima de tudo, EU SEI o que me move – uma profunda seriedade com tudo o que faço e como faço. A leviendade não cabe no mundo do Serviço a partir do Coração Sagrado alinhado no meu centro de poder.
Aho Metakyaze
– Isabel Maria Angélica –
1 de Outubro de 2015
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