Andando nesta senda da busca do meu caminho sagrado tenho-me cruzado com muitas mulheres. E apesar do amor profundo que sinto por cada uma das mulheres que conheço, aprendi recentemente que não é necessário (nem coerente) gostar / enfatizar com todas. Podemos ser irmãs de caminho mas não precisamos ser todas amigas e andarmos aos beijinhos e abraços.
Esta consciência trouxe-me mais clareza no que toca às minhas relações pessoais e de caminho. Passei assim a apaziguar-me com as minhas emoções no que diz respeito à outra e ao espelho que cada uma me apresenta.
Desta forma tenho valorizado as mulheres-amigas que a Vida me oferece. E também tenho valorizado as mulheres-caminhantes mas por quem não morro de amores. Será demasiado visceral esta minha afirmação? Se calhar é, mas o visceral é a coerência da verdade que vou sentindo como fiel da minha balança interior.
Contudo também sei que esta minha visceralidade também tem leituras diferenciadas conforme a mulher que me lê ou me conhece. E muitas vezes esta visceralidade é confundida com masculinidade ou um lado yang mais vincado. Lamento, mas não 🙂
O caminho com as mulheres é de muito amor mas também de muita firmeza. As mulheres quando se juntam rapidamente se tornam permissivas umas com as outras e o círculo perde foco. A firmeza (que também nos carateriza e basta ver uma mãe a educar os seus filhos!) é também um dos mais espectaculares atributos da mulher. E tem sido essa firmeza que me tem ajudado a permanecer na sendo do amor. Os opostos atraem-se, certo?
Mas voltando ao início. Ao caminho com as mulheres. A Vida tem-me trazido dezenas de mulher aos meus círculos de amizade e de trabalho. Mas também me tem levado algumas que se zangam comigo ou com o trabalho que faço. Lamentavelmente vejo-as perderem-se nos argumentos da ferida, em vez de assentarem o crescimento nos argumentos do amor e firmeza. Fico triste quando recordo as que foram e tenho pedido à Mãe para que os nossos caminhos se cruzem novamente. Acredito que um bom abraço tudo sana desde que a cabeça não interfira em justificações superlativas da ferida exposta das meninas.
Perder-se também é caminho, diz a escritora. Sim é. Mas perder-se para se encontrar é melhor do que perder-se porque te zangas comigo pois eu sou tu. E tu és eu. – Isabel Maria Angélica, 18 de Junho de 2015
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