Como acompanhantes de todas as grandes deusas, encontramos os animais, que se postavam ao lado da Grande Mãe de forma tão proeminente que são tidos como sua epifania: a simples presença do animal evoca a presença da deusa. Estes animais, longe de serem totens ou divindades individuais de crenças politeístas, corporificam a própria divindade, definindo a sua personalidade e exemplificando o seu poder.
Por seu movimento e renovação cíclica, a SERPENTE foi o animal mais frequentemente associado ao fluir do sangue menstrual. Pelo hábito de recolher-se nas reentrâncias da terra para hibernar, bem como se desfazer anualmente de sua pele, como um recém-nascido da placenta, a SERPENTE é considerada símbolo de continuidade da vida e da conexão com o mundo profundo.
Um símbolo universal altamente complexo, encontramos a SERPENTE na origem de muitas mitologias. Como emblema das divindades auto-criadas, representa a fonte de todas as potencialidades, tanto materiais como espirituais. E neste sentido também representa a primordial natureza instintiva humana, a força da vida potencial e animadora que surge das profundezas do ser.
– em RUBRA FORÇA – Fluxos do poder feminino de Monika von Koss
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