Não há paz sem justiça por Isabel Angélica

Não há paz sem justiça… li esta frase algures há uns tempos e hoje, neste eclipse solar com o Sol e a Lua a encontrarem-se em Balança, ressurgiu-me novamente como um chamado.

Estamos a viver tempos de muita conturbação. Nas notícias as imagens da morte e guerra são banalizadas e, ao mesmo tempo, é algo que acontece “lá longe”, fora dos nossos quintais.

Mas não.

A guerra e morte estão a acontecer agora, aqui mesmo ao nosso lado e até dentro de nós.

Mas por medo de chamarmos as coisas pelos seus nomes, tapamos estes eventos e emoções com qualquer coisa que nos distraia do que está a passar-se.

Balança, por natureza, é o signo das relações e também da justiça. Curiosamente é também em Balança que celebramos o dia daquele que conhecemos Arcanjo Miguel (a 29 de Setembro). 

Para haver amor, é preciso ordem.

Para haver ordem, é preciso paz.

Para haver paz, é preciso justiça.

Para haver justiça, é preciso haver amor.

Uma ladainha talvez, mas se repararmos amor, ordem, paz e justiça devem ser as coisas que mais pedimos para as nossas vidas pessoais e para o Mundo.

Contudo, nenhuma delas existe de forma concreta e de tal forma disseminada que nos permita dizer que a nível individual e colectivo vivemos com base nestes 4 pilares.

Queixamo-nos que não existe amor ou compaixão, mas não largamos os nossos rancores pessoais.

Queixamo-nos que não existe ordem - de afectos, na família, no emprego e na sociedade - mas vivemos em estado caótico de tudo o que nos pertence como forma humana e espírito que somos.

Queixamo-nos da falta de paz no Mundo e essa começa dentro de nós. Ponto.

Queixamo-nos das injustiças sem percebermos que, na realidade, não existem injustiças (pensamento de vitimização) mas sim falta de justiça.

O eclipse de Balança convida-nos a semear mais harmonia, amor e equilíbrio, restaurando a Ordem Divina onde o mal governa. A essência de Balança é de transmutação e purificação, para que possamos alcançar o equilíbrio em todos os aspectos de nós próprios. 

Contudo, é preciso mexer nas sombras e transformar essa Dor em Dom.

É tempo de curar as feridas da alma, e especialmente os relacionamentos que cumpriram o seu propósito, trabalhando agora na criação de relacionamentos mais equilibrados, pois à medida que mudamos a partir de dentro, o mesmo acontece com todas as nossas reuniões divinas, cortando cordas, para nos tornarmos seres energéticos soberanos e nos movermos para um espaço inteiro. 

Isabel Angélica Sacerdotisa Xamânica

A 2 de Outubro de 2024

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Foto por Luísa Cativo