Somos todas únicas e singulares… Nenhuma é igual à outra, contudo as histórias que nos unem na nossa essência são bem mais comuns do que imaginamos.
Mas apesar disso ainda negamos o que nos une. Negamos a nossa normalidade e andamos sequiosas à procura de sermos extraordinárias. De tal forma, que competimos umas com as outras pois queremos ser mais extraordinárias que a vizinha… Mas o extraordinário, na realidade, é a arte de sabermos viver o normal… com toda a responsabilidade e maturidade que isso implica…
Não somos nada, não sabemos nada, não somos as salvadoras nem as curadoras… Cingirmos-nos ao vazio de sermos nada é que poderá possibilitar a proposta interna de recebermos tudo.
Mas o ego precisa morrer e renascer. Os achismos precisam ser desmontados. O que importa é o sentir… sentirmos a nossa essência sagrada e divina com tudo o que isso implica mas mantendo os olhos da neutralidade essencial.
Quem somos não é a mesma coisa daquilo que achamos que somos… Quem somos obriga-nos a muitas mordeduras da serpente, muitas mortes iniciáticas, despedirmos-nos de muitos véus que nos toldam ao conhecimento pleno de nós mesmas…
Quem somos não se compadece com aquilo que a mente reptiliana nos impinge e que está artilhada com tantos mecanismos ancestrais de sobrevivência a todo o custo…
Quem somos precisa mudar de pele como a serpente e humildemente sangrarmos para a Mãe Terra sabendo que ela nos irá engolir e cuspir a qualquer momento. Não somos nada. Não sabemos nada. Só no vazio vislumbramos a nossa verdade.
– Isabel Maria Angélica, 14 de Junho de 2016
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