Quando há 3 anos iniciei os Círculos de Mulheres No Ninho da Serpente, falar de partilhas entre mulheres, o amor de irmãs que nos une e a magia do nosso sangue menstrual eram temas quase tabus. Isto gerava muitas confusões, fofocas e maledicências nos grupos que eram abertos e, ao mesmo tempo, trazia-me alguma angústia pois o objectivo era a unificação do que nos une enquanto género e força feminina.
Passados agora quase 3 anos, consigo estar aqui a escrever-vos este texto com um sorriso nos lábios pois acabei de saber que uma das meninas pré-adolescente que já assistiu a uma das Tendas Vermelhas está instintivamente a fazer os seus próprios “círculos de mulheres” com as amiguinhas! Há lá magia maior do que esta quando se percebe que a geração a seguir carrega esta informação e a usa de forma natural?
Nós mulheres nascemos para estarmos em circulo! Este é um facto! Desde tempos ancestrais que as mulheres se reúnem para cozinhar, cozer, tecer, falar, rir, chorar… Tudo isto está em nós e nos anima. O nosso coração e útero guardam estes códigos que, com um olhar, são activados dentro de nós.
Sim, hoje estou com fé de que é possível resgatarmos o nosso amor próprio e poder pessoal. E sinto que as meninas que nos irão acompanhar e suceder já não precisam de resgatar nada, pois o que estamos a fazer com elas, em partilha e colo, recorda-lhes que nunca deverão perder esse amor próprio e o respectivo poder pessoal.
Aho! Por todas as minhas relações.
– Isabel Maria Angélica
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