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Foto do escritorIsabel Angélica

A mãe biológica e as figuras maternas (ou como a mulher precisa regressar ao útero) por Isabel Maria

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Trabalhar com o feminino (porque sou mulher, porque nasci de uma mulher e porque assumo a responsabilidade de me sentar em círculo com mulher) é um verdadeiro trabalho de arqueologia. Somos o templo onde as escavações arqueológicas acontecem em tempo real e sem pausas. Por vezes, é um trabalho excitante e cheio de novas descobertas, e outra vezes é um trabalho extenuante, cansativo e desanimador. Umas vezes avançamos e damos passos de gigante e outras vezes parece que somos cobaias de um jogo que parece que não termina mais, com visitas e re-visitas a temas que nos pareciam já resolvidos.

Somos apresentadas à nossa vítima, à nossa manipuladora, às nossas dores e ao arrastamento das mesmas, pois elas transformam-se em sofrimentos. Atraímos relações, parcerias, amizades, inimizades e esperanças que, na realidade, são meros espelhos para a observação constante e em consciência, ainda mais quando se trabalha em responsabilidade.

Contudo, invariavelmente, todas estas descobertas na arqueologia que fazemos de nós mesmas nada mais nada menos são a oportunidade inquestionável de nos podermos aprofundar de forma lúcida, embora às vezes de maneira emocional ou outras vezes em observação. E, no fim, tudo se resume à forma como fomos introduzidas ao que é isto de sermos mulheres a partir da nossa primeira fonte – a mãe biológica.

A nossa mãe é a nossa primeira grande professora, directora, instrutora e guia. Na forma como ela aprendeu com a sua própria mãe, assim ela fará connosco e nós assim faremos com as nossas filhas (e também filhos, mas para já ficaremos na linhagem feminina por uma questão de organização e foco.

A mãe biológica é a nossa primeira casa. Chegamos em forma de alma para um corpo físico porque essa mulher se dispôs a receber uma vida no seu útero. Aí, ela deu autorização para que uma semente entrasse e fecundasse um óvulo que depois se transforma no nosso corpo. Uma mulher, também ela, que se transforma em mãe. A experiência da maternidade irá trazer-lhe, sem dúvida, novas visões e iniciações que depois ela irá passar, da melhor forma que sabe, à filha que recebe dentro e fora de si. No entanto, também ela nos passa aquilo que ela recebe como herança a partir da linhagem da mãe que pariu a mãe que pariu a mãe. Um Fio Vermelho ao qual não lhe conhecemos princípio. Não precisamos ir muito longe para compreender a herança física, emocional e social que elas herdam e que, à sua forma de amar, nos transmitem.

Aos olhos da sociedade, é esperado que o papel da mãe seja íntegro, inteiro, consciente e, até, perfeito! Sim, é pedido à mãe que ela seja perfeita! Embora sabendo que a perfeição não existe num mundo de dualidade e experiências como é este onde habitamos, é pedido à mãe que ela cumpra uma função que, quase obrigatoriamente, deverá ser a mesma daquela percepção que a Humanidade carrega no seu consciente do que é ser mãe, pois somos acolhidos por imagens maternais perfeitas como a Mãe Maria ou outros símbolos espirituais e maternais.

A mãe biológica é o centro gravitacional a partir do qual tudo gira. É nossa primeira fonte de sustento, amor, segurança, mas também se torna uma fonte de projecções e expectativas. Nela desejamos beber tudo aquilo que, na nossa personalidade e herança, achamos que precisamos para matar a nossa sede. Assumimos que ela deverá ser uma fonte inesgotável de perfeição… Algo nos é passado que assim nos condiciona. E começa desde o útero, pois ela, ao visitar médicos, especialistas e ouvir este e aquele comentário, condiciona a informação que recebe a partir dos seus próprios medos e inseguranças, desejos e anseios.

Efectivamente bebemos dela sim, pois o cordão umbilical, as águas onde navegamos dentro da sua barriga, transferem-nos esses ensinamentos subtis que passam a incorporar na nossa matriz celular e emocional, as nossas águas. Mas a mãe não deixa de ser mulher. Muitas mães, quando grávidas, sentem medos vários, desejam não estar grávidas, têm medo do parto, medo de não conseguir amamentar, entram em depressão, mas ninguém lhes diz que tudo isso é normal… Antes pelo contrário, a maioria das vozes dá-lhe o eco de que é o momento mais feliz das suas vidas e aqui começa a nutrição a uma tremenda culpa, pois as informações internas falam noutra coisa. Querem ser perfeitas, mas o que sentem toca na imperfeição.

Mas a perfeição não existe. A nossa mãe não é perfeita. É uma mulher cheia de heranças e também ela própria com uma arqueologia por fazer.

É a partir da nossa mãe biológica que recebemos as bases da segurança, nutrição, vitalidade e abundância. É ela que nos dita o que deve ser feito e como. À sua maneira, instrui-nos da sua sabedoria. E é aqui, desde o útero e durante a primeira infância, que estabelecemos o enquadramento daquela que será a nossa formação emocional, social e racional. É através dela que recebemos os limites, a autoridade, os medos, o respeito… Sejam eles ajustados àquelas que consideramos ser as nossas necessidades pessoais ou não. Passamos a ser um reflexo do que ela é e significa para nós, seja por absorção total do que ela nos passa ou seja por negação e zanga total com ela.

O que aprendemos com a nossa mãe irá ditar a forma como iremos atrair e interagir nos nossos relacionamentos à posteriori, sejam mulheres ou homens. E, normalmente, esta é a herança que nos leva à busca fora de nós daquilo que sentimos que nos faz falta… Se tivemos uma mãe ausente emocionalmente, vamos à procura de figuras maternas que ocupem esse lugar. Se a mãe foi abusada ou traída, vamos perpetuar esse conceito. Se a mãe é insegura e sem amor-próprio, tomamos isso para nós. Se a mãe é autoritária e a que “usa as calças”, torna-se um exemplo. Se a mãe é depressiva e age como vítima, ficamos com uma bengala disponível a usar…

São opções que nos são colocadas e, como foi dito acima, podemos manifestar por total absorção ou por desprezo. Seja como for, não está previsto o equilíbrio, pois não sabemos o que isso é.

A MÃE-DRASTA

Uma das maiores feridas entre mãe e filha é a de uma mãe zangada, castradora que exerce o seu poder autoritário desmedido. Por motivos e espelhos pessoais, ela vê na filha a competição – a mais bela, a mais jovem, a que retira a atenção do marido, a que tem mais sucesso… Contudo, na dinâmica com a filha, há sempre uma cobrança de que “poderias ser melhor” ou “poderias fazer melhor”. Seja o que for que a filha faça, nunca é suficiente. As meninas crescem a mulheres com este sentimento de insuficiência, de escassez que depois incutem como forma de vida e atraem a si relações que lhe recordam sempre dessa ferida de falta de amor, de falta de merecimento.

Por outro lado, a mãe, tal como qualquer mulher, sabe que é assistida por um poder imensurável, vindo das profundezas do seu corpo e ser. É um poder que ela não reconhece (e muito menos quer assumir), nem lhe é reconhecido pelos que a rodeiam. O poder de ser iniciadora de vida ou morte. Um poder que a faz conectar-se com algo muito ancestral e visceral, mas que lhe disseram que era onde iria ficar louca. Ela não foi iniciada nesse poder.

A mãe pode viver separada desse poder, mas ele está lá, respira com ela, partilha espaço com ela mas não é vivido por ela, pois ela não foi ensinada ou iniciada a isso. E no meio das noites mal dormidas, de uma depressão silenciosa, de um marido ausente, de falta de rede de apoio, de falta de estrutura emocional de base, ela vai sendo tocada de vez em quando por esse poder, mas o seu corpo e psique não sabem mediá-lo com equilíbrio. Nesse momento, ou ela se transforma numa mulher enraivecida e agressiva ou assume a postura da passiva e sem autoridade na sua vida.

O poder não assumido, não trabalhado, não encontra forma de se manifestar mas continua ali ao lado dela. Com ela. E na sua incapacidade, ele transforma-se em energia de controlo, ou poder desvirtuado, accionando a dinâmica de vítima e carrasco. Ela passa então a exercer o seu poder desvirtuado sob forma de manipulação.

Mas afinal, o que a levou até aí? Como é que isso chegou até nós? Como somos nós isso?

A MÃE QUE SE ANULA

Há ainda as mulheres que beberam de uma mãe que se anula em todas as suas vontades e desejos para manterem a família unida, sem conflitos e sem cisões. Uma mulher em silêncio que acena a todos e a tudo a bem de uma falsa paz e harmonia. A mãe que é permissiva e que não impõe limites dentro e fora de si. Aqui é a vivência da anulação do tal poder que vimos acima, pois ela sabe que se esse poder for manifestado irá perceber que a vida que vive não se encaixa naquela que ela é.

Contudo, passando a herança da permissividade e vazio emocional, a mãe ensina à sua filha que o silêncio é de ouro e que a verdade mata. Que a bem da paz podre, a mulher deve viver no silêncio das suas emoções, desejos e aspectos ocultos. Uma forma de viver na vitimização, mas aqui mais aceite pelo meio social onde se insere, pois passa a imagem quase perfeita do que se espera da mãe.

Mas os danos emocionais à filha são profundos que a levam a atrair relacionamentos violentos e com agressões emocionais, energéticas e psíquicas constantes.

A partir dos insucessos das nossas mães alimentamos os nossos. Até poderemos ter mais consciência, mais caminho de auto-conhecimento realizado, contudo, se não forem reconhecidos esses gatilhos dentro de nós, eles irão accionar-se nas reacções que temos nos nossos círculos pessoais ou profissionais de relacionamentos.

AS FIGURAS MATERNAS

Com as heranças que recebemos das nossas mães, vamos para o mundo dos relacionamentos e começamos a receber o retorno de tudo aquilo que carregamos da nossa personalidade amplificado pelas transmissões silenciosas ou ruidosas das nossas mães. Normalmente não nos questionamos porque atraímos esta pessoa ou aquela situação. Interiormente fazemos a matemática e sabemos identificar onde é que aquilo toca na nossa história pessoal, mas escolhemos, na maioria das vezes, em olhar para tudo isso de forma impessoal e sacudir da água da nossa responsabilidade e lançar uma verbalização como “Se estou a passar por isto, a culpa é da minha mãe…”

Escolhemos companheiros e companheiras de caminho que, obrigatoriamente, vão representar aspectos e nuances que vimos nas nossas mães. Podemos procurar o conforto dessa figura materna porque nos faltou uma na infância e, para tal, poderemos escolher homens ou mulheres que possam desempenhar esse papel. Atraímos as figuras maternais autoritárias ou submissas, que controlam ou não impõem limites, que nos vão tocar naqueles gatilhos emocionais desarranjados que carregamos.

Dado que não existe o trabalho de consciência base que nos ajude à cura interna da ferida com a nossa mãe, com o nosso Fio Vermelho, vamos agir e reagir com essas figuras maternas da mesma forma como agimos e reagimos com a nossa mãe… Num ápice, aquela pessoa bestial passa a besta, pois não correspondeu à expectativa que ela deveria ser perfeita, dado que a nossa mãe não o foi… Mas a perfeição não existe, lembrem-se disso. E à mãe (ou as figuras maternas que colocamos no seu lugar) não lhe compete ser perfeita. À mãe compete-lhe ser mãe (talvez um papel de educadora, professora, nutridora e directora) e os outros não têm a obrigação de ocuparem papéis de figuras maternas nas nossas vidas, mas são sim outros seres humanos que igualmente caminham como todos na Terra com as suas próprias mães por resolverem.

Na prática, podemos resumir que se tivemos uma mãe manipuladora, passaremos a atrair figuras maternas manipuladoras ou nós próprias passamos a ser as manipuladoras ou ainda manipuladas. Se tivemos uma mãe que representou sempre tão bem o papel da vítima-carrasco, já percebemos o que iremos manifestar ou atrair. O mesmo se passa, por exemplo, se tivemos uma mãe depressiva ou anulada, passaremos anos a atrair essas energias em relações ou viveremos no terror de termos uma depressão ou de sermos anuladas.

AFINAL QUAL O FOCO (OU POSSIBILIDADE DE…)

A mãe biológica (a mãe em nós e as “mães” que elegemos) apenas precisa de uma coisa – ser olhada com olhos de ver, a partir do coração, e ouvir “Eu reconheço-te e sou grata por tudo o que fizeste para eu estar aqui. Sou-te grata por teres recebido a semente do meu pai dentro de ti. Sou grata por teres autorizado o teu corpo a gerar-me. Eu, como mulher e tua filha, reconheço os teus medos, inseguranças, traumas, dores e aflições. Sou grata por todas as noites que passaste em claro, pela educação que me deste. Sou grata por ser tua filha, mas eu não sou tu. Sou eu. Por te agradecer e reconhecer, posso agora despedir-me dos imensos papéis que assumi porque queria colmatar a tua dor ou não ser como tu. Eu sei que não sou tu. Sou eu…”.

E aqui sim, podemos criar uma oportunidade de sairmos da nossa menina arrogante, expectante e romântica para sermos a mulher que somos. Não é um caminho de negação, mas sim de acolhimento e integração.

No caminho da mulher humana que caminha com um espírito na Terra é essencial fazermos as pazes com este nosso pilar emocional e de vida! Reconhecer que a nossa mãe teve a coragem de ter filhos em condições precárias internas e/ou externas. Com todas as dificuldades com que se deparou, ela não desistiu. Reconhecer a mãe como mulher que caminha há mais tempo e que a enquadra na sua sabedoria e história de vida.

A partir daqui é-nos possível reconhecer TODAS as mães que existem em TODAS as mulheres que nos rodeiam. Mesmo que essas mulheres não tenham parido filhos, elas são geradoras de vida à sua maneira. Todas as mulheres são iniciadoras de vida e caminham na Terra com a sabedoria maior que lhes é possível. Não precisamos concordar, aprovar, avaliar… Apenas reconhecer o papel que cada uma desempenha para podermos aprender por nós mesmas.

Limparmos a história com a nossa mãe permite-nos limparmos uma série de mal-entendidos, leituras pessoais a partir da nossa ferida pessoal e conceitos que vamos acumulando ao longo das nossas vidas. E isso irá facilitar e arejar as relações reais e verdadeiras que queremos ter no nosso caminho.

Esta cura, esta aceitação em amor, ajuda-nos a clarificar os relacionamentos, pois as projecções que carregamos pela história mal resolvida com as nossas mães são as mesmas que utilizamos, consciente ou inconscientemente, para as nossas relações pessoais e sociais. “Obrigamos” alguém a ocupar o lugar da nossa mãezinha contra a qual carregamos toneladas de ressentimentos e dor… Ou seja, as relações podem estar contaminadas logo à partida.

A mãe é aquela que nos leva às nossas águas. É o cântaro da vida a partir do qual tudo se manifesta. E as mulheres, todas elas, carregam esta matriz, sejam elas parideiras de seres ou não. Honraremos o Feminino Sagrado em nós quando nos permitirmos a carregar a nossa mãe biológica nosso CORAÇÃO… aí, onde as águas se encontram.

DO CÍRCULO INTERNO PARA O CÍRCULO EXTERNO

De forma orgânica e natural, o ambiente de segurança para as mulheres deveria ser o estar com outras mulheres, caso a relação entre mãe e filha fosse saudável. É-o assim desde os tempos primordiais das tribos e colectivos, mas que, por razões históricas e energéticas, deixou de o ser. Contudo, há algo guardado dentro de nós que nos segreda que temos sido mães, irmãs, amigas e companheiras umas das outras desde sempre e talvez por isso exista a secreta vontade de pedirmos à nossa mãe biológica esse “círculo perfeito” de união e respeito. Mas não é assim.

As relações entre mãe e filha, entre as mulheres, estão carregadas de sofrimento, expectativas, endeusamentos versus bestialidade, desconfiança, medo… Tudo o que se manifesta na relação mãe-filha é aquilo que carregamos como mulheres – o peso da crítica, da insuficiência, da competição, ciúmes, maledicência. Sim, tudo começa na relação com a nossa mãe pois através dela recebemos o primeiro olhar de como deverá ser a relação entre as mulheres.

O grande compromisso actual das mulheres nos tempos actuais é ajudarem-se umas às outras. Daí o chamado aos círculos de mulheres como nos fala Jean Shinoda Bolen, Clarissa Pinkola Estés, Vicky Noble e tantas outras pensadoras e dinamizadoras do Feminino. De facto, esse chamado está a ser respondido, contudo as mulheres carregam para os círculos as mesmas expectativas e pré-conceitos que carregam em relação às suas mães. Por isso, na maioria das vezes, os círculos diluem-se derivado a conflitos ou então convertem-se num espaço de troca de receitas de culinária. A ferida com a mãe é o ensinamento primordial que recebemos que depois se irá manifestar em outras feridas como amantes, amigas, irmãs, profissionais, etc.

A profundidade exigida na intimidade é algo crucial que precisamos nos obrigar (sim, obrigar!) a construir de forma lúcida e madura. Não o tivemos com a nossa mãe, sim é um facto, mas não é ela que se senta em círculo, somos nós! E a nós também nos compete o papel de educadoras, professoras, nutridoras e directoras. O compromisso à partilha limpa e à recepção limpa das outras partilhas é uma pedra base e que começa, acima de tudo e primeiro que tudo, na partilha e recepção limpa de nós mesmas. Com tudo o que carregamos dentro de nós. Se temos medo de ser julgadas é porque somos as maiores julgadoras de nós mesmas… Se temos medo de sermos manipuladas é porque as nossas maiores manipuladoras. Se temos medo de não ser amadas é porque ainda não nos amamos. E por aí fora.

Continuamos a oprimir as nossas mães, as mães dentro de nós e umas às outras, continuamos nos julgamentos, expectativas e pré-conceitos. A real isenção acontecerá quando nos valorizarmos e valorizarmos as outras mulheres, sem competições e sem rótulos. A outra mulher é uma mulher porque é mulher! Seja ela a nossa mãe, nossa irmã, conhecida ou aquela que passa ao nosso lado na rua. É apenas e tanto uma mulher.

Este poderá ser um trabalho que acontece em paralelo com o trabalho pessoal e individual em nós mesmas e com a nossa mãe. Pois o que somos no interior toca no exterior e vice-versa. Quando cada mulher se abraçar em amor pleno, aí sim entra no real caminho da isenção com as demais mulheres a começar pela sua mãe, avó e toda a sua linhagem de Fio Vermelho que carrega no seu útero e coração.

O foco para a segurança interna implica despir muitas peles e a primeira pele que recebemos foi aquela que a nossa mãe disponibilizou para que fosse confeccionada dentro do seu útero. Aí, nesse lugar húmido, escuro e de vida, somos todas iguais, reais, viscerais, meninas, mulheres, humanas e cheias de dores e dons. Claro que leva tempo e tem o seu tempo, mas em cada passo do caminho será fundamental não ficar a choramingar pelo que poderia ter sido, mas sim agir em consciência no Aqui e Agora com o que temos à disposição. As desculpas são úteis, mas já dizia Gabriela de Morais no seu livro “A Senhora de Ofiúsa” – não há culpas, nem desculpas; as coisas são o que são…

Caminhando.

Um abraço de coração:útero

Isabel Maria Angélica http://www.terrasdelyz.net | www.ninhodaserpente.net

Sou grata ao meu caminhar e às suas lições e outras professoras (e cito Andrea Herrera, Joelma Duarte e Bethany Webster, entre outras) que vão passando na minha vida e me ajudam a ver as mesmas coisas a partir de tantas perspectivas até podermos chegar ao essencial.

NOTA – este tema pode e deve ser trabalhado em ambiente de terapia ou em cursos e podes contactar pelo email – terrasdelyz@gmail.com

Este texto pode e deve ser divulgado desde que respeitada a sua fonte: Isabel Maria Angélica | 16 de Março de 2017 | Terras de Lyz | www.terrasdelyz.net | Ninho da Serpente | www.ninhodaserpente.net

Imagem: esquiço de Isabel Maria Angélica

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