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Foto do escritorIsabel Angélica

:: A mãe biológica e as figuras maternas ::


mother daughter

A nossa mãe é a base da nossa vida, da nossa vitalidade. Nela fomos geradas, foi ela que acolheu dentro do seu útero a semente que nos irá dar a vida e é ela que nos ensina, desde o primeiro momento, qual será a nossa relação com a vitalidade, abundância e matriz relacional ao longo das nossas vidas.



Por sua vez, a nossa mãe foi gerada dentro de um outro útero, o da nossa avó, que lhe passou tudo aquilo que ela sabia e conhecia e que assim marca a vivência da nossa mãe.



Percebemos assim, que útero após útero, geração após geração, as mulheres da nossa linhagem feminina vão recebendo as “instruções” sociais, emocionais, mentais e até energéticas que depois nos são passadas como uma herança que carregamos dentro dos nossos úteros, corações e mentes.



Contudo, esta visão compassiva das nossas mães e das mães das nossas mães não está, na maioria das vezes, activada. Nas centenas de mulheres com quem trabalho, acolho as suas percepções de meninas magoadas pois, na sua concepção pessoal, entendem que não receberam das suas mães aquilo que necessitavam para se sentirem amadas, protegidas e amparadas. Há, na maioria das vezes, um peso que carregam, inconsciente, de que a mãe deveria ter sido perfeita e, qual heroína, deveria ter sido sobre humana. No entanto, a nossa mãe não nasceu para ser perfeita… ela nasceu mulher, humana, cheia de fragilidades, defeitos e qualidades. Ela nasceu para ser educadora. Não nasceu para corresponder às nossas expectativas pessoais, pois ela é um indivíduo diferente de nós, tal como nós, as que somos mães, ou ocupamos um papel de figura maternal, não nascemos para correspondermos à expectativas dos filhos ou homens, mulheres ou crianças que assumimos ao nosso cuidado.



É crucial entendermos dentro do nosso ser que a maior ferida que carregamos é com a mãe biológica e que sem sanarmos esta conexão, não conseguiremos sanar a ferida que temos com o nosso pai biológico e com o masculino em geral.



As mulheres são as educadoras do mundo mas antes precisamos, em amor e aceitação, aceitar que teremos de nos educar a nós mesmas, sendo as mães de nós próprias, para então abrirmos espaço de entendimento à mãe biológica fora de nós e, então sim, à Grande Mãe.



Entendermos a ferida e as projecções que carregamos sobre a nossa mãe biológica irá ajudar-nos, mulheres, a cuidarmos das nossas relações pessoais com os/as companheiros/as, amigos/as, família, meio profissional, etc. Iremos cuidar assim da nossa raiva, tristeza, frustração, depressão, competição, inveja, ciúmes e expectativas.



Desenvolverei esta tema posteriormente até porque ele serve, cada vez mais, de base ao trabalho que está a ser desenvolvido no Fio Vermelho (http://www.ninhodaserpente.net/o-fio-vermelho/).



Assim é.



– Isabel Maria Angélica

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